15 de novembro de 2010

De visita ao Projecto Maitreya - Altar do Coração


Existem experiências difíceis de colocar em palavras.
São sentidas.
Profundamente sentidas.
São vividas.
Profundamente vividas.

No passado dia 11 fui visitar a exposição "Projecto Maitreya" Relíquias Sagradas de Buda e de Outros Monges Budistas.

Sentia-me expectante.
Conhecia o projecto, já tinha na minha posse a revista que acompanha a exposição, trazida da União Budista. O Prof. Paulo Borges já havia falado da presença das Relíquias no nosso país. Sabia, em termos de imagem e descritivos o conteúdo da exposição. Não sabia de todo, como me iria sentir. Sabia que me sentia feliz à medida que me aproximava do Palacete da Estefânia (lugar cedido pela Esmtc para receber as Reliquias e o Altar do Coração)

Confesso (e logo eu que não sou dada a confissões, pelo menos públicas) que não estava preparada para os sentires experimentados.

Antes de mais, deixem-me dizer que estar na presença das Relíquias é exactamente isso, uma experiência. Uma experiência de sentidos e dos sentidos. De Amor incondicional.
À medida que subia as escadas em direcção à sala das colunas ia-me sentindo mais leve e feliz.
Recordo que parei na entrada, fechei os olhos e recitei, em silêncio "Oh Mani Padme Om". Depois foi um aumento de felicidade.
Preparar-me calma e lentamente para a cerimónia do ritual "Oferenda de Banho ao Buda"... três vezes com o recitar do mantra budista "Om Mohi Mohi Maha Mohi Soha, Om Muni Muni Mara Soha (não vou explicar agora o significado deste mantra) e creio que sorria. Sim sorria, conscientemente, de alegria e compaixão.


Foto tirada com o meu phone - à frente o Buda e a Cerimónia do Banho

Depois (e no sentido dos ponteiros do relógio) percorrer com os olhos as relíquias, folhear os exemplares do "Sutra da Luz Dourada". Não sei como explicar, mas é como se as relíquias tivessem vida. Vida que cintila e me encheu de luz, amor, felicidade. Todos os pensamentos menos bons desapareceram, dissiparam-se e naquele momento só sentires de amor e desejo de felicidade para todos os seres vivos, independentemente da sua forma, cor ou lugar neste universo.
Algum tempo depois, aproximou-se uma monja budista com a Stupa nas mãos. Convidou-nos a receber a benção pessoal das relíquias de Buda. (a Stupa é um "objecto" que contém relíquias de monjes budistas) Enquanto recita mantras, a monja colocou a Stupa na minha cabeça. Uma benção. Aqui sim, vacilei. Não consigo descrever de forma adequada em palavras, sei que senti um calor a emanar de mim. Uma alegria e felicidade tais e senti lágrimas nos olhos e a descerem pelo meu rosto. Foi um momento único. Quero guardar este momento na memória do coração.
Depois e em outra sala contígua, a oportunidade de traçar em tinta dourada a escrita do Sanghata Sutra. Emocionada sentei-me. Olhei para o meu lado direito onde estavam já cerca de 20 páginas escritas a dourado. Peguei na caneta e escrevi. Ao meu lado a Jo escrevia também. Ambas nos sentiamos felizes e de certo modo previligiadas por estar naquele local e usufruir de tanta alegria e amor.


Foto tirada com o meu phone - onde escrevi a tinta dourada o Sanghata Sutra

No dia seguinte voltei. Não sei (nem me preocupa a razão de ter voltado) Sabia que deveria estar na presença das Relíquias. Os mesmos sentires. Mais conscientes. Desta vez meditei na sala preparada para o efeito, cerca de 40 ou 50 minutos, (o tempo não é importante). Voltei a escrever mais duas páginas no Sanghata Sutra. Quando estava a escrever a monja aproximou-se e disse-me baixinho, com um ar doce e sereno "estiveste cá ontem" (em inglês, não fala português). Eu devolvi o sorriso e confirmei. Li o que havia escrito, pausadamente, e saborei cada palavra, cada som. Levantei-me, ajoelhei-me à frente da monja e recebi de novo a benção, vestida de sorrisos e calor humano.
Domingo, 14, dia de encerramento da presença das Relíquias de Buda em Lisboa, voltei, menos tempo, mas o suficiente para me sentir feliz e grata.

Grata é a palavra que me ocorre a todos os que persistiram em trazer até nós o lado vísivel deste projecto mundial que tem o nome de Maitreya.

Muito GRATA.

Deixo-vos com a Meditação Maitreya pela Paz

"Possam as mentes de todos os seres, em todos os lugares,
libertar-se de todos os pensamentos de intolerância, raiva, ódio
e do desejo de prejudicar os outros; e em vez disso,
possam as suas mentes encher-se de pensamentos de tolerância,
respeito, bondade amorosa e desejo de beneficiar os outros."

Rodapé 1: Muito grata a ti, Jo por me teres acompanhado na primeira visita. pela partilha de Amor.
Rodapé 2: A Exposição vai para o Porto e de seguida para o Funchal.
Rodapé 3: Todos os dias.
Rodapé 4: Se quiserem saber mais acerca do Projecto Maitreya visitem: www.maitreyaproject.org

4 comentários:

Anónimo disse...

Imagino. E mais não digo... transcende-me

Bjo
Joseph

CJ Green disse...

Não digas :-)

Coccinella disse...

É um prazer e privilégio ter alguém com quem partilhar momentos destes. É uma alegria tremenda para mim que essa pessoa sejas tu :) Luv u 4ever

CJ Green disse...

Luv u 4ever too :-)
And the pleasure is all mine.