O dia de hoje não teve um início glorioso. Mesmo nada. Logo de manhã, enquanto bebericava o meu copo de leite, dei por mim no chão. Literalmente. Não sei explicar como e o porquê ainda menos. Resultado da aventura, o leite ficou em todo o lado, excepto no copo. Lindo! De novo corrida para a banheira. Pensei, vou chegar atrasada, mas limpa! Consegui. E nada de chegar atrasada. Mesmo em cima da hora, para dizer a verdade.
O resto do dia? Nothing new.
Estes últimos tempos têm sido uma prova. Sinto que estou sempre a tropeçar em pedras no caminho. Um teste. É a "vida" a colocar-me à prova. Estou consciente desse facto. Não o posso negar. Porque sei que é assim. Não sinto cansaço, pelo menos físico. A minha mente começa a ressentir-se. Também da falta de descanso. As noites estão longas. Acordo, adormeço. Adormeço e acordo. Não me parece muito saudavél. É um ciclo que teve início nos primeiros dias de Abril e parece que não tem fim. A vida, à semelhança da natureza é vivida por ciclos. As intempérides e tempestades agitam os mares, derrubam àrvores, causam destruição em cidades e estradas. Pois é, a minha vida parece uma tempestade de alto mar, com vagas quase intermitentes e alturas bem lá em cima. Ok, pelo menos não é um tsunami. O grau de destruição não é maciço. Mas caramba, já fazia bem parar with my private collection of stones. (agora fiquei a rir com o que acabei de escrever) Sinal de insanidade? Pouco importa. E eu até gosto de pedras. mas já mudava a colecção. Preciso de descomprimir e compartimentar. Arrumar as gavetas do meu armário interior e perpectivar. De outra forma não vai ser fácil tomar decisões.
Sinto-me quase violentada nos meu eu. "Obrigada" a fazer algo que não quero, a estar onde não me apetece estar, a desenvolver algo em que não me revejo, com filosofias e formas de estar que nada têm a ver comigo. Mantenho-me. Fria. Distante. Ausente. Sem entrega. Sem motivação. Consequência? Não sou EU. Não é o meu eu alegre, bem disposto, simpático e sorridente. Digamos que funciono em piloto automático. Nada contra os pilotos automáticos (muito úteis na aviação). A questão é que aplicados a este agora, me provocam desgaste e desânimo. O risco será o de entrar em erupção, como um vulcão....
É costume dizerem-me que sou boa ouvinte. Que tenho grande capacidade de ouvir, sem julgar, sem emitir juízos de valor. Que estou sempre presente quando os meus amigos precisam. Sinto que é assim. O outro lado da moeda é-me mais difícil. Quando chega a altura de falar de mim, no que concerne ás minhas dúvidas, interrogações, sentires, dores... tenho sempre dificuldade em falar. Será uma capa? Uma protecção? Estou assim tão fechada no meu mundo interior que não consigo partilhar em plenutide? Muitas vezes me pergunto se é por receio de sair magoada. Não quero a resposta que diz: "Sim, é por medo!". Recuso essa resposta. O medo pode ser paralisante. Inibidor do desenvolvimento e da mudança. Neste caso pelo menos. O medo faz sentido como alerta, um sinal de alerta, de protecção, que dispara quando a sobrevivência se sente ameaçada. Stop! Preciso tanto de dar o salto. Quero continuar o meu trabalho de desenvolvimento e crescimento. Estas pedras não podem impedir esse trabalho iniciado.
Rodapé 1: O leite derramado... a sign?
Rodapé 2: foto da net
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