31 de março de 2011

Urgências



As dificuldades são verdadeiros professores, que nos ensinam a aumentar a confiança nas nossas capacidades.

Importa não desistir.
Importa acreditar.

É urgente não parar!
..... Se o que se pretende, é a mudança, claro.


Rodapé: Foto da net

21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

Hoje, 21 de Março é o Dia Mundial da Poesia. Existem palavras, poemas belos, sublimes, supremos. Tantos, são tantos....

Ocorrem-me as palavras escritas pela mão de José Mário Branco, cada vez mais actuais. De seu nome FMI. Escrito em 1979, foi interpretado pela primeira vez ao vivo em 1982. 



"Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida. Um pedaço um pouco especial. Trata-se de um texto que foi escrito, assim, de um só jorro, numa noite de Fevereiro de '79, e que talvez tenha um ou outro pormenor que já não seja muito actual. Eu vou-vos dar o texto tal e qual como eu o escrevi nessa altura sem ter modificado nada. Por isso vos peço que não se deixem distrair por esses pormenores que possam já não ser muito actuais e que isso não contribuia para desviar a vossa atenção do que me parece ser o essencial deste texto. Chama-se FMI. (Pausa.) Quer dizer Fundo Monetário Internacional. (Risos) Não sei por que é que se riem, é uma organização democrática dos países todos que se reúnem, como as pessoas, em torno de uma mesa para discutir os seus assuntos e no fim tomar as decisões que interessam a todos. (Voz no público: Todos, eles.) É o internacionalismo monetário. (Risos.)

Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimore do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attache case' sai a solução!


FMI não há graça que não faça o FMI
FMI o bombástico de plástico para si
FMI não há força que retorça o FMI


Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder!
Batendo o pé na casa e o espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI não há truque que não lucre ao FMI
FMI o heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI não há lenha que detenha o FMI
FMI não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...

Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalte-quer, messe gigantesca, vem-te bem, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te arrulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Ghandi, olha o Moshe Dyan que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no Casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do Serviço Nacional de Saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o Astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha da puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus zodíacos: este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde que nasceste? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote hã! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepúlveda' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?
A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que eles já vão saber o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro Cunhal, zás, enfio-te a Natália Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada à integralismo lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como antes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal não quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) Epá, deixa-te disso, não desestabilizes pá! (Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata.) Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da PIDE pá, Tarrafais e o carago, mas no fim de contas quem é que não colaborava, hã? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, hã? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, hã? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, hã? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento em que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, hã?

FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular hã! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-fascistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marrazes, Marrazes, fora o árbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Deng Xiaoping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão-de te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no Natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canadá ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acha normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, ié ié, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, hã? Sempre a merda do futuro, e eu que me quilhe, pois pá, sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu hã? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero que se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, desópila o fígado, arreda, 'terneio' Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se ele tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...

Mãe, eu quero ficar sozinho... mãe, não quero pensar mais... mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viagem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...

Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grândola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto."

José Mário Branco
(1979)

Rodapé: Li pela primeira vez este texto devia ter uns 15 ou 16 anos, não sei bem. Não importa. Importa é que as palavras escritas à mais de 30 anos por José Mário Branco nunca me pareceram tão fundamentadas. ah este texto incluí palavras conotadas como asneiras, esqueçam a conotação. São palavras. E de que servem as palavras se não forem utilizadas?

Perfect Moments. Perfect Weekend

A Primavera chegou.
Yupiiiiii.
Gosto, da Luz do sol e do verde na natureza. Do Renascimento que associo sempre à chegada da Primavera. Ano após ano.
Dos dias que vão crescendo e da temperatura mais quentinha. Gosto do calor que sinto na pele, de descalçar as botas e andar na relva e sentir a areia da praia.
Gosto da Energia que sinto em mim nesta altura. Gosto muito.

A Lua Cheia, a maior dos últimos 18 anos fez-nos uma visita. Estava linda. Tão linda. Fiquei a admirar a Luz da Lua e a sorrir. Por fora e por dentro.

A praia estava linda. Ainda quase deserta. O mar calmo. E Lisboa vista do Castelo é sempre única.
Não me canso de a olhar, de a admirar, de a sentir. Nunca.







Rodapé 1: Em momentos assim, sinto que sou feliz.
Rodapé 2: Tão bom percorrer a pé estes locais.

16 de março de 2011

Mundo... II






Rodapé 1: Ficamos sem palavras. Sempre. 
Rodapé 2: Fico a pensar. Sempre. Não percebeu, o Homem ainda, que nada podemos à força e vontade da Natureza?

14 de março de 2011

Geração à Rasca

12 de Março de 2011
Um dia que fica para a História do século XXI, em Portugal, como o dia em que mais de 300 mil portugueses em várias cidades se unirão e juntos saíram para a rua, com o objectivo de dizer Não. Não à precariedade. Basta de sermos um País à Rasca.

O interessante (em termos sociais) reside no facto deste movimento ter nascido no Facebook.

Estive lá. Com orgulho.
Presenciei um gigantesco grupo de pessoas de todas as idades, posições políticas e formas de estar. Muito civismo. Num exemplo de cidadania.








Fotos de Lisboa  (12 de Março de 2011)


A letra e a música dos "Deolinda"´, "Parva que Sou" ficam como a canção deste movimento. 


Os "Homens da Luta", presentes na Manifestação de Lisboa, a cantar em cima de uma camioneta de caixa aberta. Foi lindo. Mais lindo ainda quando se lhe juntou Fernando Tordo e Rui Veloso. "E o Povo Pá"!



Rodapé 1: Fotos com o telélé :-)))
Rodapé 2: A quem interessar o "Movimento Geração à Rasca" tem seguimento com,  "Encontro de Gerações"; também no Facebook. 

11 de março de 2011

Acreditar


Com entusiasmo, é possível tornar o impossível, possível.

Quando acreditamos que algo poderá ser bom para nós e para aqueles que nos rodeiam, empenhamo-nos, com a certeza que o sucesso já está garantido.

Eu acredito!
Acredito que os Homens nascem bons.
Acredito que o futuro é já ali
Acredito que a paz é possível.
Acredito no Amor

Basta querer!
O segredo?
Acreditar em nós próprios!
Acreditar nos outros!

No dia em que deixar-mos de Acreditar, aí sim... chegamos ao fim.


Rodapé: Antes que me chamem de utópica, de sonhadora... deixe-me dizer. Sou sonhadora sim! acredito que os sonhos podem ser realizados. É essa a minha motivação. Acreditar.

9 de março de 2011

Habitos da Felicidade

Decorreu hoje, o Encontro Inter-Religioso de Meditação na União Budista Portuguesa. Após a leitura de textos de diferentes tradições espirituais, meditou-se em silêncio.

Como sempre estas são experiências calmantes, de partilha e de sentir. Ocorrreu-me então partilhar o saber de Matthieu Ricard (videos que tinha arquivados).

Matthieu Ricard é monge budista, fotografo e autor. Merece ser ouvido com o coração e alma :-))))





Rodapé: Versão original no link: http://www.youtube.com/watch?v=vbLEf4HR74E&feature=related
Rodapé 1: Site oficial de Matthieu Ricard. Vejam o blog  http://www.matthieuricard.org/

8 de março de 2011

Dia da Mulher



À um ano atrás escrevi neste blog acerca deste dia. 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Remeto este escrito, para as palavras escritas nesse dia.

A foto de cima (da net) ilustra a dádiva de ser Mulher. O que mais nos destinge dos homens. O poder de gerar dentro de si uma nova vida. O Amor maior.

Sou Mulher e gosto de o ser! Muito


Rodapé: Tá tudo dito.
http://amazingworld-simplew.blogspot.com/2010/03/woman-day-8-march.html

1 de março de 2011

I'd love to kill you.... with a kiss

Katie Melua   "I´d Love to Kill You"



I’d love to kill you with a kiss
I’d like to strike you down with bliss
I’d like to tie you up in knots
until your heart stops

I’d love to kill you with a glance
I’d like to put you in trance
I’d like to drug you with my scent
And use you in the moment
Oooh
I’d love to kill you as you eat
The pleasure would taste so sweet
I’d like to open up your skin
And wander there within
I’d love to kill you by a stream
Where no one can hear my baby scream
And then I’d run away and be free
The sweetest victory
Oooh
I love to watch you in your sleep
Cause you don’t have power over me
And when you’re awake I’m undone
Under you spell, in hell
Oooh

Rodapé 1: I identify myself  in this words (from me to you.) Perhaps in another life, or not. Still care for you. Still think and dream with you. always with a smile on my eyes and face.
Rodapé 2: nothing else to say, except I can´t live without music :-)

Rui Pedro


Ao fim de 13 anos, o principal suspeito do desaparecimento de Rui Pedro foi acusado de rapto pelo Ministério Público.


A mim não me ocorrem palavras, a não ser estupefacção. É surrealista.
Recordo as inúmeras entrevistas de Filomena Teixeira, a mãe do Rui. O desespero e a dor latentes em cada frase proferida, em cada expressão do olhar, do rosto. Recordo uma mãe guerreira que nunca desiste de saber o que aconteceu ao seu filho. Como mãe, esta deve ser a dor maior. A incerteza, de não saber.

Que mundo é este que não protege as suas crianças? Que mundo é este em que se esperam 48 horas para iniciar as buscas? Que mundo é este em que se perpetua a dor das nossas crianças?

Rodapé 1: Rui Pedro desapareceu a 4 de Março de 1998, tendo sido visto pela última vez em Lousada, na companhia do agora acusado.
Rodapé 2: Não imagino tamanha dor, é impossível.
Rodapé 3: Foto da net.