14 de junho de 2011

Flor do Deserto

Ontem enquanto fazia o famoso zapping na tv reparei que um canal exibia "Flor do Deserto". Vi este filme no cinema no verão passado. De tal forma mexeu comigo que comprei o livro com o mesmo nome. Se o filme é violento na capacidade de nos fazer mergulhar na dor de uma mulher (exemplo de tantas outras vidas no feminino), o livro, esse levou-me às lágrimas (literalmente).

O livro, Flor do Deserto de Waris Dirie

Waris Dirie é uma Mulher. Nascida na Somalia em 1965. Aos cinco anos de idade foi vítima de um dos maiores horrores praticados contra as Mulheres por uma sociedade machista e primária. Waris foi vitima de um crime. Sujeita a mutilação genital feminina.

(A prática faz parte da cultura da Somália e de muitos outros países e consiste em arrancar o clitóris junto com os grande e pequenos lábio ssendo depois a genitália costurada comrecurso a linha e agulha, restado uma grande cicatriz e um pequeníssimo orifício. Este pequeno orifício permite   à mulher urinar. O procedimento é realizado de foma precária e sem condições ideais de higiene. Praticado por mulheres mais velhas, e assim, muitas meninas morrem de hemorragia ou infecção. A justificação para este acto tão brutal é que isso torna a mulher pura para o casamento e preserva a virgindade e sem isso, ela não se poderia casar. Quando a mulher se casa, o marido reabre a genitália com uma faca para poder penetrá-la.)

Aterrador não?
No mínimo!
Demasiado horrível, brutal, violento.... Mas voltemos a Waris...

Waris Dirie fugiu da aldeia em que vivia com a família aos 12 anos de idade, um dia após saber que seria obrigada por seu pai a casar com um homem de 60 anos, do qual seria a quarta esposa. Abandonou a família e a travessou sozinha um dos desertos somalicos Passou fome, sede e frio. Ficou com vários ferimentos nos pés... e até hoje tem cicatrizes. Conseguiu chegar até a capital de seu país, Mogadisco, onde encontra a sua avó materna que após algum tempo conseguiu que sua neta fosse levada para Londres para trabalhar como empregada doméstica na Embaixada da Somália. Passou toda a adolescência apenas na Embaixada, sem sair da casa onde esta se localizava, sem contactos sociais, sem frequentar a escola, por isso mal aprendera a falar inglês. Com o fim de uma Guerra na Somália todos os membros  da Embaixada foram convocados a regressar ao país. Waris Dirie foge pelas ruas de Londres e com ajuda de uma jovem rapariga, que se tornaria a sua grande amiga, conseguiu emprego como empregada de limpeza num restaurante de fast food.  Enquanto trabalhava, foi observada por um grande fotógrafo de moda que a lançou como modelo.

Trailer de "Flor do Deserto"


Waris Dirie converteu-se numa defensora da luta pela erradicação da prática da MGF Mutilação Genital Feminina. É embaixadora da ONU. Escreveu vários livros sobre as suas vivências entre eles "Desert Flower" publicado qm 1998 e foi tema de um filme "Flor do Deserto", lançado em 2010.

 Rodapé 1: Fundação de Waris para a erradiacação da (MGF) Mutilação Genital Feminina  www.desertflowerfoundation.org/en/
Rodapé 2: Estima-se que mais de 140 milhões de mulheres foram vitimas da MGF (Mutilação Genital Feminina) maioritáriamente no Continente Africano e na Ásia. Legalmente abolida continua a ser praticada diariamente em crianças do sexo feminino com idades inferiores a 6 anos.
Rodapé 3: A MGF é praticada em Portugal :-(

5 de junho de 2011

Eduardo Galeano em Barcelona

Sábias palavras. Palavras ditas e sentidas. Na Praça da Catalunha. :-)))
"Não sou um intelectual.... não sou só cabeça...."
Simples palavras, tão verdadeiras


Depoimento de Eduardo Galeano na praça Catalunya, 24/05/11.


Rodapé: Eduardo Galeano nasceu no Urugai  em 1940. Jornalista e escritor, publicou mais de 40 obras. Destaco "O Livro dos Abraços",  uma coleção de histórias curtas e muitas vezes líricas, apresentando as visões de Galeano em relação a temas diversos como emoções, arte, política e valores. A obra também oferece uma crítica mordaz à sociedade capitalista moderna, com o autor defendendo aquilo que acredita ser uma mentalidade ideal à sociedade. Merece ser lido, degustado, sentido....

4 de junho de 2011

Prazeres degustativos...

Alho a Bráz

Tiramissu


Chá de menta (com hortelã)


Sim, também havia cerveja e sangria.... :-)))))



Rodapé: Jantar com quem se gosta aumenta o prazer da degustação.
Conversas longas. Gargalhadas. Partilhas pela noite dentro.
Muito bom :-))))

2 de junho de 2011

Reflexões .... pré eleitorais

Um retrato bem actual do nosso país.

A fábula Mouseland (em português: "Ratolândia") foi inicialmente contada por Clarence Gillis e mais tarde popularizada em discurso por Tommy Douglas, político canadiano. A fábula expressava a visão de que o sistema político canadiano estava viciado, pois oferecia aos eleitores um falso dilema: a escolha de dois partidos, dos quais nenhum representava os interesses do povo.
Na fábula, os ratos (o povo canadiano) votavam nos gatos negros (Partido Progressivo Conservador) e depois de algum tempo descobriam o quão difícil suas vidas eram. Depois votavam nos gatos brancos (Partido Liberal) e assim ficavam alternando entre os dois partidos.
Um dos ratos tem então a ideia de que os ratos deveriam formar seu próprio governo...

Ah e não se esqueçam:
"podem encarcerar um homem, um rato.... mas não podem encarcerar uma idéia"!



Rodapé: Votar é um direito e um dever. O problema maior (para a consciencia individual) é quando nos deparamos com a falta de representantes (estou com esse dilema interior).