27 de junho de 2010

Leituras ou re-leituras


Não resisti e resolvi reler, "As Intermitências da Morte" de José Saramago. Afinal a melhor forma de o homenagear é continuar a lê-lo.


Rodapé: Lá em cima aparece, Domingo, 27 de Junho de 2010... nop nop. Sábado, 26 de Junho, para mim ainda é Sábado! Ora que coisa, só vai ser Domingo depois de eu nanar!!!!

Imagens com História

"Edith Shain morreu com 91 anos". Hum, hum, hum... Fiquei a pensar quem seria... foi então que li o resto da notícia e percebi quem era a dita senhora. A foto do V-J Day (Dia da Vitória sobre o Japão) da enfermeira Edith Shain vestida de branco, a beijar um marinheiro em Times Square (14 de Agosto). Esta fotografia tornou-se uma imagem ícone, marcando o final da 2ª guerra mundial, após ser publicada na (extinta) revista Life.

O fotógrafo Alfred Eisenstaedt registou um momento épico na história dos EUA

Eu, que sou uma apaixonada por fotografia, dei comigo a pensar em outras fotografias que fizeram e fazem história. Marcos de momentos que perduram na memória individual e colectiva. Simples anónimos que o deixam de ser, a par de tantos outros "famosos", do cinema, teatro, política.... A fotografia é uma arte, uma forma de perpetuar acontecimentos, pessoas, ideias ou simplesmente registar "aquele momento".

Kim Phuc, 9 anos, menina vietnamita depois de uma "ataque" de Napalm
Foto de Huynh Cong Ut da agência Associated Press, Prémio Pulitzer, 1973



John Lennon & Yoko Ono, Foto de Annie Leibovitz,
tirada no último dia de vida do ex-Beatle. (January 22, 1981), eleita como a melhor capa da Rolling Stone dos últimos 40 anos.



Imagem do filme, "O Vagabundo" (The Vagabond / Gipsy Life, 1916
Charles Chaplin




Símbolo do 25 de Abril de 1974
Para a história ficou como a Revolução dos Cravos


Rodapé: Muitas mais existem e apetecia-me publicar todas as que me surgem na memória. Mas tou cansada, fica para outro dia.

20 de junho de 2010

Saramago e as intermitências da morte

Ontem à noite, fui até à Câmara Municipal de Lisboa para te desejar boa viagem. Foi a segunda vez que o meu sentir me levou a "despedir" de uma pessoa como tu, digamos ... uma figura pública, que teve importância na minha história. Ao contrário de Ti eu acredito que a morte não é o fim. O que não deixa de ser caricato, se parar para pensar na primeira obra tua que li. Nem sempre me foi fácil, ler-te. Como em tudo, é necessário aprender. E eu, bem eu, demorei o meu tempo. Não sei se muito, se pouco. Não importa. O excerto abaixo, é parte do teu primeiro livro que li, de fio a pavio, sem me interromper com outras leituras pelo meio, como era meu costume, cada vez que desfolhava e percorria com os olhos as palavras que de forma genuína nos ofertavas. Ao contrário de tantos outros, eu, admirei primeiro o Homem de convicções e rectidão moral. Apaixonei-me pela tua história de Amor com a Pilar. E recordo com carinho e ternura as palavras que disseste: "Se eu tivesse morrido antes de conhecer a Pilar, teria morrido muito mais velho". Lindo não é? Mais do que beleza, as palavras verbalizadas demonstram o poder do Amor. E ao Amor, não importa a idade, o credo ou nacionalidade. Tal como tu, o Amor requer Universalidade.



"Então ela, a morte, levantou-se, abriu a bolsa que tinha deixado na sala e retirou a carta de cor violeta. Olhou em redor como se estivesse à procura de um lugar onde a pudesse deixar, sobre o piano, metida entre as cordas do violoncelo, ou então no próprio quarto, debaixo da almofada em que a cabeça do homem descansava. Não o fez. Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu."
(In, as Intermitências da Morte, José Saramago, página 214)

Rodapé 1: Ontem, ao olhar para a Pilar fiquei comovida com o seu ar sereno e doce.
Rodapé 2: Alguém disse que a melhor forma de te prestar homenagem é ler os teus livros. Yeap, já ali tenho "Caim" :-)
Rodapé 3: Escolhi a fotografia acima, porque é reveladora de afectos... o sorriso, o abraço, o semblante terno.
Rodapé 4: Não me vou, sem dizer que a tal ausência de que se falou veio mais uma vez comprovar que o dito representante dos portugueses, não é, (pelo menos para mim).

14 de junho de 2010

Caderno e pessoas (2)

Nesta última semana acrescentei algumas páginas ao meu caderno. Desde à algum tempo que sentia a necessidade de ver, de estar com algumas pessoas que não vejo regularmente. Pessoas que deixaram marcas na pessoa que sou e de quem gosto.Apetecia-me senti-las. tocar e olhar. Estranho, como tantas vezes quase não nos lembramos e outras a necessidade de estar e partilhar cresce, cresce....
É sempre importante o encontro com as pessoas. Aquelas que me são importantes. E o reencontro? O reencontro com quem não estamos regularmente sabe tão bem. É bom partilhar, olhos nos olhos. Mão na mão e sentir o carinho, a cumplicidade, o amor. Não foi possível estar com todas as gostaria. Ficará para mais tarde. Afinal perto ou longe. Olhar ou não, importa sentir.

13 de junho de 2010

Música do Mundo


Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra - Unza Unza Time



Gogol Bordello - Through The Roof "N" Underground

Rodapé 1: Verdadeira música do mundo! Without Frontiers.
Rodapé 2: Saudável loucura e alegria contagiante.
Rodapé 3: Impossível ficar quieta. :-)
Rodapé 4: A uns já os vi ao vivo e a cores, aos outros hei-de ver... na agenda.

10 de junho de 2010

Aroma da Terra

Gosto deste cheiro.
Este odor da natureza.
O toque delicado das gotas de água no encontro único com a terra.
Encontro perfeito.
Este cheiro a Terra molhada, quando a chuva caí, tão bom.
Como se as gotas de água beijassem a terra.
Delicadamente. Ou mais forte.
Sempre a namorar o chão que piso até se embrenhar nas profundezas da terra, para a fecundar de Vida.
Embriaga-me os sentidos.


9 de junho de 2010

Arte da Vida ... (3)



"Nós somos visitantes neste planeta.
Ficamos aqui por noventa, cem anos no máximo.
Durante este tempo, deveríamos tentar fazer alguma coisa boa, fazer algo útil com as nossas vidas. Procure estar em Paz consigo próprio, e ajude os outros a compartilhar desta Paz.
Se você contribuir para a Paz de outras pessoas, encontrará a verdadeira meta, o sentido da vida."


Dalai Lama

7 de junho de 2010

Reinventar a palavra


Somos educados a atribuir um significado aos nossos pensamentos, aos nossos sentires. Com o tempo, aprendemos que tudo é passível de ser verbalizado. E que a verbalização do que pensamos e sentimos pode ser traduzido, de forma a ser visualizado. Em pintura, escultura, música, ..... e sob a forma da palavra.

É precisamente a palavra que me interessa neste momento. A palavra escrita.

Enquanto folheava mais um book do Daniel Sampaio, “Vagabundos de Nós”, (confortavelmente deitada na relva) parei para observar a página, enquanto os raios de sol me encadeavam os sentidos. Abstraindo-me do significado da palavra, dei comigo a pensar que as letras que compõem as palavras, mais não são do que símbolos (primário? talvez, mas deu-me para isto).

As letras agrupadas em palavras até à construção de frases. Textos.... mais não são do que desenhos certinhos e pequenos, cuja tradução tantas e tantas veze

s me percorre por inteiro. Da cabeça ao coração. Do coração à alma. E tantas são as vezes que me perco e embebedo nos sentires das palavras. Fico de alma cheia.

Qual a matéria com que se forma o que traduzimos em palavras?

Será som

Será cor

Será cheiro

Será movimento..........

É fascinante o universo da palavra. Da escrita.

A palavra, seja ela verbalizada ou escrita é um ente vivo. Tem vida própria. As palavras e a escrita evoluem com os tempos. No tempo da minha avó e do Mestre Almada, a palavra farmácia, escrevia-se com “ph” – pharmácia. E se voltarmos atrás no tempo, não foi assim há tantos anos.... década de 60 do século XX.

(Já me estou a desviar)

Costumo dizer que as palavras escritas só são do autor no momento em que ele as escreve.

Porque depois.... depois são de todos os que as percorrem com olhos. Minhas, tuas, dele, daquele e do outro. As palavras nascidas em Portugal viagem até à China, até á Austrália. Nestas viagens que as palavras fazem viajam também pensamentos e sentires. É um intercâmbio que não termina.

Cada leitor, torna as palavras do autor “suas”. No momento emque se percorre com os olhos as palavras e elas são apreendidas pelos sentidos, de forma individual.

Não existem dois seres idênticos, logo não podem existir duas formas precisamente iguais de apreender o que o escritor pretendeu transmitir. Semelhanças? Sim e muitas. Mas exactamente iguais? Não é possível.

É possível alterar o sentir da palavra. É possível mudar a imagem mental da palavra lida. E reinventar a palavra? Será possível reinventar o que se pretende dizer? Reinventar a palavra até que a mensagem expelida seja imensurávelmente maior? Sim porque existem palavras atribuídas a sentires que se tornam tão pequeninas, ínfimas face ao que se pretende transmitir ou verbalizar.

Tantas vezes face ao horror, não nos ocorrem palavras onde se consiga encaixar o que se sente. E estou a recordar o Holocausto Nazi.

Tantas vezes, a emoção, o sentir de alegria, de amor é de tal forma grande e forte, que a palavra parece pequena demais para abarcar o que se pretende transmitir, tal é a sua grandeza.

Existem palavras mágicas. Palavras que nos envolvem e nos abraçam. Outras existem que causam mágoa e as que causam horror e angústia.

Louco, este mundo de palavras?

Sei lá.

Sei, que tantas e tantas vezes a palavra deve ser reinventada. Brotar das entranhas e nascer de novo.

Rodapé 1: Não sou apologista do acordo ortográfico. Este acordo para mim, nada tem de evolução da língua portuguesa... mais facilitismo.

Rodapé 2: Gosto da palavra Equilíbrio. Da palavra Amor. Da palavra Serenidade. Da palavra Partilha.

Rodapé 3: Não gosto da palavra Ódio. Da palavra Raiva.

Rodapé 4: Abomino a palavra Fome. A palavra Racismo.

Rodapé 5: A palavra Mãe é música para os meus ouvidos. Guardo-a e trago-a sempre junto ao Coração.

Rodapé 6: Poderia ficar horas, dias, a escrever sobre as letras e as palavras...... já chega.

Dias... (2)



Esta noite dormi aos tropeções.. dormi, acordei, dormi... sonhei e não me recordo do sonhos
(Viagem astral não terminada?)

Saí cedinho (yeap, as férias são também para resolver some choses).

Levantar os exames e as análises. 4ªfeira lá vou eu visitar de novo a médica. A tal da conversa sui géneris. É verdade não me recordo de ter contado. Mas na última consulta e depois de algum blá blá blá... diz ela:
- "A C... parece-me uma pessoa muito equilibrada e saudável!" Ao que eu respondo:
- "Bem equilibrada é coisa que não me tenho sentido muito, ultimamente". Ao que a médica responde:
-"Pudera, por muito forte que seja, também não é a super mulher".
Engoli em seco e pensei: "Porra, ela tem razão". Manias minhas de achar que aguento tudo... enfim (nota mental. trabalhar esta mania)

Mudando de assunto e avançando....

Fui correr para o E. Cidade Universitária. Aí, aí logo tou toda rota, não me mexo... rsrsrs
Já voltei a tomar duche e soube tão bem. Daqui a pouco voltar a sair. Sim quero tratar destas coisinhas todas rápido para ficar com tempo para moi e estar com as pessoas, sim as tais que trago no coração.

see you all tonight ou tomorrow

Rodapé 1: Hum... como seria eu se efectivamente fosse a super woman?
Rodapé 2: Tou tão loira upstairs. rssrs. bem o sentido de humor, é que não perco!
Rodapé 3: O que estive a ouvir ontem noite dentro Lhasa de Sela.
Fantástica não é? tenho que blogar sobre a experiência que foi assistir ao vivo e a cores a uma concerto de la Sela
Rodapé 4: adoro a expressão blogar!


6 de junho de 2010

Máscaras




"Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas
as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas -e corri sem máscara pelas
ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram
para casa, com medo de mim E quando cheguei à praça
do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".

Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e
minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num
transe, gritei:

"Benditos, bendito os ladrões
que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
a e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."

Este texto é um excerto de "O Louco" de khalil Gibran. Soberbo na forma e na mensagem.
Leio e releio de vez em quando, é dos tais que me acompanham nas minhas viagens.
Mágico

Resolvi colocar este excerto, tudo por causa da palavra "máscaras".
Aonde pretende ela chegar?

É mais ou menos assim.

Cada ser é único. cada ser é igual.
Acredito mesmo na expressão "Todos diferentes, todos iguais".
O que nos aproxima pela igualdade é precisamente o que nos separa na diferença.
Neste universo, de consumismo, de apelo constante à juventude e ao belo (e não, não vou falar da relatividade do conceito, há-de ficar para outras conversas), o uso de máscaras tornou-se comum.
Mais do que representar papéis sociais, pai, mãe, filha, irmã, amiga, vizinha, colega, chefe... o uso de máscaras é comum. Usa-se a máscara da alegria porque não se quer mostrar a tristeza que invadiu o coração. A máscara do sucesso porque não se quer ser o único fracassado do curso. A máscara do ter dinheiro porque não se admite, não se aceita que não existe cash para ir de férias.... é um novelo sem fim.

Será que o uso de máscaras é importante para a aceitação no mundo?

É mais fácil aceitar a mentira?
É mais simples do que a verdade?
Ou será simplesmente a verdade da mentira?

Já aqui falei da diferença entre ser, querer ser e parecer ser
No entanto parece-me que cada vez mais, a vivência em sociedade é assim.

Quase um puzzle para perceber como as pessoas efectivamente são.
Medo?
Defesa?
Barreiras?
Sobrevivência?

Eu?
Estou cansada de máscaras.
Ainda hoje me disseram que sou demasiado transparente, Acontece que gosto da minha transparência.


A máscara que escolhemos usar, mostra ao outro o que queremos que ele veja.
A máscaras que vestimos para ser aceites em sociedade e não olhados de lado e tantas vezes estigmatizados.


Rodapé:Apetecia-me olhar para além das máscaras, olhar em redor e sorrir com o prazer da descoberta.



Caderno e pessoas


Gosto de pessoas.
Sinceras, honestas, inteligentes e com sentido de humor.
As pessoas da minha vida, as que já conheci, porque acredito que ainda me vou cruzar com algumas que mesmo sem o saberem vão ter um papel no meu caderno da vida.
É engraçado quando paro para pensar nas pessoas, nos momentos e nas ocorrências que marcaram (e marcam) a minha existência. Nem todas persistem no momento presente. Algumas partiram. As marcas no entanto ficam. Da presença, dos sentidos, dos abraços e dos cheiros. Eu gosto de cheiros. De cheiros e de olhares. Gosto de ouvir a voz quando importa a palavra ser verbalizada. Gosto de olhar e ler o que os olhos tranmitem. E de abraços, daqueles apertados. Fortes, tão fortes que fica a sensação de que o tempo parou naquele milésimo de segundo.Tantas vezes um acontecimento, uma palavra... e o impacto que têm...a marca que fica é forte, tão forte que perdura para além do espaço e do tempo. Será que costumo dizer que são importantes? Que as trago no coração? Que as amo? Sei que em algum momento verbalizei. A outros fiz sentir. Será que me esqueço? Também sei que sim. Porque será que de quando em vez me esqueço e é necessário algo para me recordar que é importante dizer. Com um sorriso nos lábios, mas mais importante no coração e na alma.
Quem me conhece sabe que medito. Faz parte do meu caminho e do meu modo de vida. Nestes tempos conturbados é um exercicio diário. Com o tempo acabou por ser tão importante como respirar. Já me estou a desviar... o que pretendia escrever é que quando medito costumo desejar paz, equilibrio e momentos felizes a todos os seres. Começo por aqueles que me são mais próximos e vou alargando esse sentimento .....
É! Importa não esquecer. Importa fazer sentir. Importa dizer.

Rodapé: Gosto de ti! E de ti. Muito
Rodapé 1: Pois sou estranha... mas sou assim. Não nego a minha natureza

1 de junho de 2010

Rebanho....


Será o que se pretende numa sala de aula... em rebanho... todos iguais?

Rodapé 1: Not in my world
Rodapé 2: um reminder no Dia Mundial da Criança
(ficava bem falar da declaração de 1950... fica para outro dia)
Rodapé3: We are all children, always learning to grow up