Entorpecida

Entorpecida. Triste. Desiludida. Exausta. Uma sensação de impotência. De vazio, sem fim.

Pequenina, tão pequenina.

Só me apetece ficar enroscadinha. Aninhada em mim. Embalar-me.

Quero gritar. Barafustar. Chorar. Chorar como uma criança indefesa.

É isso mesmo. Sinto-me indefesa.

Não consigo. Só me pergunto porquê. Se conseguisse gritar, chorar, deitava para fora. Libertava.

Ficava mais leve.

Mas não. Tento em vão. Volto a tentar, uma, duas, três vezes.... Nada!  E agora?

Sei que o medo, a incerteza, a mudança são processos inerentes à minha vivência.

As pedras fazem parte do caminho. Como um teste, cá estou eu, mais uma vez, a ser posta à prova.

Estou cansada, tão cansada.

Apetece-me ir embora de mim. Desnascer. Dormir.

Não consigo.

Calmantes ou algo parecido para dormir, não existem nesta casa.

Um chá de jasmim, concentração e meditação costumam ser suficientes para me equilibrar e reencontrar. Visualizar o caminho com calma e serenidade.

Mas não hoje.

Habituei-me a sentir alone. Partilho as dúvidas e o caminho para a decisão de mim para mim.

Será uma defesa? Uma protecção?

Quero não pensar demasiado,

Quero sentir a mente vazia. Sem idéias pré concebidas ou juízos de valor.

Preciso de voltar a sentir a alma leve. O coração em paz. Preciso de ser eu. De me sentir Eu. Por inteiro.

E agora?

Rodapé 1:  (3h15m - 15.04.2010) : Não sei. Mesmo !!!
Rodapé 2 : Chove tanto

Post Scriptum: 23h46m do mesmo dia 15 de Abril, 5ª feira. Continuo-o sem saber o caminho...... Sinto-me uma folha caída