Ontem enquanto fazia o famoso zapping na tv reparei que um canal exibia "Flor do Deserto". Vi este filme no cinema no verão passado. De tal forma mexeu comigo que comprei o livro com o mesmo nome. Se o filme é violento na capacidade de nos fazer mergulhar na dor de uma mulher (exemplo de tantas outras vidas no feminino), o livro, esse levou-me às lágrimas (literalmente).
O livro, Flor do Deserto de Waris Dirie
Waris Dirie é uma Mulher. Nascida na Somalia em 1965. Aos cinco anos de idade foi vítima de um dos maiores horrores praticados contra as Mulheres por uma sociedade machista e primária. Waris foi vitima de um crime. Sujeita a mutilação genital feminina.
(A prática faz parte da cultura da Somália e de muitos outros países e consiste em arrancar o clitóris junto com os grande e pequenos lábio ssendo depois a genitália costurada comrecurso a linha e agulha, restado uma grande cicatriz e um pequeníssimo orifício. Este pequeno orifício permite à mulher urinar. O procedimento é realizado de foma precária e sem condições ideais de higiene. Praticado por mulheres mais velhas, e assim, muitas meninas morrem de hemorragia ou infecção. A justificação para este acto tão brutal é que isso torna a mulher pura para o casamento e preserva a virgindade e sem isso, ela não se poderia casar. Quando a mulher se casa, o marido reabre a genitália com uma faca para poder penetrá-la.)
Aterrador não?
No mínimo!
Demasiado horrível, brutal, violento.... Mas voltemos a Waris...
Waris Dirie fugiu da aldeia em que vivia com a família aos 12 anos de idade, um dia após saber que seria obrigada por seu pai a casar com um homem de 60 anos, do qual seria a quarta esposa. Abandonou a família e a travessou sozinha um dos desertos somalicos Passou fome, sede e frio. Ficou com vários ferimentos nos pés... e até hoje tem cicatrizes. Conseguiu chegar até a capital de seu país, Mogadisco, onde encontra a sua avó materna que após algum tempo conseguiu que sua neta fosse levada para Londres para trabalhar como empregada doméstica na Embaixada da Somália. Passou toda a adolescência apenas na Embaixada, sem sair da casa onde esta se localizava, sem contactos sociais, sem frequentar a escola, por isso mal aprendera a falar inglês. Com o fim de uma Guerra na Somália todos os membros da Embaixada foram convocados a regressar ao país. Waris Dirie foge pelas ruas de Londres e com ajuda de uma jovem rapariga, que se tornaria a sua grande amiga, conseguiu emprego como empregada de limpeza num restaurante de fast food. Enquanto trabalhava, foi observada por um grande fotógrafo de moda que a lançou como modelo.
Trailer de "Flor do Deserto"
Waris Dirie converteu-se numa defensora da luta pela erradicação da prática da MGF Mutilação Genital Feminina. É embaixadora da ONU. Escreveu vários livros sobre as suas vivências entre eles "Desert Flower" publicado qm 1998 e foi tema de um filme "Flor do Deserto", lançado em 2010.
Rodapé 1: Fundação de Waris para a erradiacação da (MGF) Mutilação Genital Feminina www.desertflowerfoundation.org/en/
Rodapé 2: Estima-se que mais de 140 milhões de mulheres foram vitimas da MGF (Mutilação Genital Feminina) maioritáriamente no Continente Africano e na Ásia. Legalmente abolida continua a ser praticada diariamente em crianças do sexo feminino com idades inferiores a 6 anos.
Rodapé 3: A MGF é praticada em Portugal :-(
Rodapé 3: A MGF é praticada em Portugal :-(
3 comentários:
Menina não tinha visto, passei por cá um dis destes, li e dps down the movie.... bem nem keria acreditar... é mesmo muito bom
Bigada e bjos´
Maria José
A incrivel dureza de vidas.
Beijos
Também passei por aqui, li e fiz o download. Vi hoje. É bom demais, mas muito, muito forte. Sempre a aprender... Beijo grande
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